A prática da abertura de cartas no tarot, quando direcionada no sentido terapêutico ao invés do sentido advinhatório é focada em ajudar os indivíduos a compreender os motivos de suas dores íntimas. Não é aplicada puramente na presença da “doença“, muito pelo contrário ela busca prefinir a o “adoecer”.
A prática terapêutica do Tarot não visa ser reconhecida por meios acadêmicos, comportamento próprio de atos científicos, mas a constatação por parte dos próprios consulentes de sua melhora através dos resultados gerados. Ela busca preparar, conscientizar através da educação o consulente sobre suas escolhas, estimulando o autoconhecimento. A leitura das cartas não deve desempenhar o papel de muleta, muito antes pelo contrário deve atuar como uma alavanca para o desenvolvimento pessoal através da compreensão de que se não ocorrerem alterações em suas atitudes pessoais não haverá melhora em sua vida.
A terapêutica do tarot manifesta-se através de dois processos simultâneos e complementares: Cura pela fala e Os Arquétipos .
A cura através da fala ocorre com a escuta do sujeito que sofre. Por meio da fala obtém-se acesso ao inconsciente , é dado ao consulente a oportunidade de se conectar com ideias recalcadas que produzem os sintomas de sofrimento. Pela fala, ele dá voz ao sofrimento que o acompanha, podendo aos poucos apropriar-se de sua vida e de sua história, bem como tomar contato com conteúdos recalcados. É realizado um tratamento onde o fato de verbalizar o sofrimento, de encontrar palavras para expressá-lo, se não cura-lo, ao menos ajudará a tomar consciência de sua origem.
O termo arquétipo foi usado por Jung para denominar certos padrões registrados no comportamento humano, que vêm manifestando-se ao longo de sua história nas mais diversas culturas. Embora semelhantes entre si expressam-se por uma variedade de mitos, religiões, lendas ou folclore e através de padrões também identificáveis em nosso mundo onírico . O arquétipo serve como um modelo comportamental herdado por todo o ser humano, como uma estrutura capaz de selecionar nas experiências de vida, os elementos significativos que estejam em sintonia com o inato processo ininterrupto de aprimoramento pessoal destinado a orientar para algo maior e transcendente . Verdadeiras potências imateriais, os arquétipos, manifestam-se através de imagens, situações e ideias, contando sua estória sem textos, através da intepretação dos padrões que apresentam.
Referências:
http://grupopapeando.wordpress.com/2009/08/24/o-taro-e-o-caminho-da-individuacao/
SALLIE NICHOLS, Jung e o Taro Uma jornada arquetípica Acessado em 05/2013