O Louco
Um andarilho, enérgico, ubíquo, imortal, uma força inconsciente e despersonificada, representada na figura de um bobo da corte, que antes de ser um idiota é um sábio e possivelmente o único que podia dizer a verdade a um Rei medieval, sem o risco de ser morto.
O louco, desprovido de um número que lhe fixe uma posição, encontra-se livre para aparecer em qualquer parte da jornada, tanto no início quanto no fim, adaptável e capaz de misturar-se facilmente a qualquer grupo, assume diferentes valores em nossa vida. Em alguns baralhos aparece sendo mordiscado por um cachorrinho como se este quisesse comunicar-lhe alguma coisa. Independente do baralho, o Louco possui uma ligação muito próxima com seu lado instintivo, ao ponto de não precisar olhar para onde vai, pois sua natureza animal o guia. Quando se trata da individuação, o Louco arquetípico demostra com frequência, não apenas a resistência, mas também a iniciativa inerentes a sua natureza, influindo em nossa vida de maneira menos drástica e mais criativa. A sua curiosidade impulsiona-nos para os sonhos impossíveis, ao passo que a sua natureza folgazã, tenta atrair-nos de volta ao laissez-faire (deixai fazer) dos dias da infância. Sem ele nunca empreenderíamos a tarefa do autoconhecimento; mas com ele estamos sempre tentados a vagabundear a beira da estrada. Visto que ele é parte de nós mesmos destacada da consciência do ego, pode pregar peças á nossa mente pensante; as escorregadelas embaraçosas da língua e os lapsos convenientes de memória são as menores dentre elas. Às vezes suas brincadeiras ainda mais pesadas, nos atraem para situações em que o ego nunca se arriscaria a aventurar-se.
O Mago
O mago , carta número um do Taro, é a consciência personificada. Resulta da transformação do impulso inconsciente do Louco, agora direcionado conscientemente para o trabalho da individuação através do processo de auto compreensão.
Ele está em pé, é, portanto ativo, e como aprendiz de feiticeiro manipula os objetos na mesa á sua frente. Um de seus braços aponta para cima e outro para baixo, como se nos falasse que o nível humano da existência apenas reproduz o plano cósmico da vida, que mesmo sendo manifestações da divindade, não teremos privilégio algum da natureza e devemos trabalhar com o que temos a mão além de intuir a cerca do universo que está a sua volta. O talento do Mago para o milagre e para o engano é múltiplo. Como Sábio, pode conduzir-nos à manjedoura ou realizar o Milagre de Camelot . Como Embusteiro, pode ser encontrado na feira da aldeia, onde não ficaria acanhado de confundir fregueses que pudessem ser explorados, fazendo, às vezes, até desaparecer o dinheiro deles.
Referências:
http://grupopapeando.wordpress.com/2009/08/24/o-taro-e-o-caminho-da-individuacao/
SALLIE NICHOLS, Jung e o Taro Uma jornada arquetípica Acessado em 05/2013